Atualmente, estamos enfrentando o novo coronavírus (Sars-CoV-2) e um dos sintomas mais característicos da contaminação é a perda de olfato. Diferentemente do que se vê em outras disfunções respiratórias, como rinite, sinusite e resfriados, na Covid-19 essa falha ocorre de forma repentina.
O otorrinolaringologista Gilberto Ulson Pizarro, do Hospital Paulista, em São Paulo, explica que a causa ainda não está totalmente clara — assim como muita coisa que envolve a Covid-19, já que a doença é nova e complexa. “Já é possível afirmar que o coronavírus afeta as células responsáveis pelo olfato e pelo paladar”, diz.
A anosmia (nome técnico da perda total) ocorre em até 90% dos infectados, segundo estudos da Universidade de São Paulo (USP). Em cerca de 45% dos casos, a deficiência ocorre por causa da inflamação, e tende a se resolver em semanas.
Para outros 43% são meses até o olfato voltar, devido a lesões nas células auxiliares, ao redor do nervo. Por fim, algo entre 1 e 2% das pessoas apresentam uma lesão no nervo em si, quadro mais grave.
A fim de auxiliar as chances de retorno do olfato, sugerimos que seja feita uma reabilitação do sistema olfatório. Conhecido como “Treinamento Olfativo”, o método não gera resultado imediato, mas aumenta as chances de melhora a longo prazo, com base em diversos estudos científicos.
O “Treinamento Olfativo” pode ser realizado com os Óleos Essenciais. Visto que, além de auxiliar no tratamento da perda ou redução do olfato devido à COVID-19, são inúmeros os benefícios que os óleos podem trazer devido às suas ações farmacológicas, como estimulantes (do sistema nervoso, da musculatura lisa), calmantes, analgésicos, mucolíticos, expectorantes, imunoestimulantes, cicatrizantes, bactericidas, virucidas, fungicidas,anti-helmínticos, entre outros.
No tratamento, o paciente se expõe a quatro tipos diferentes de odor, diariamente pela manhã (antes do café da manhã) e à noite (antes de deitar), por um período mínimo de 24 semanas (6 meses).
Recomenda-se que se mantenha a fonte do aroma afastada de 2 à 3cm das narinas e a exposição a um odor deve durar 15 segundos, com um intervalo de 10 segundos antes do próximo aroma.
Serão feitos 2 ciclos pela manhã, e 2 ciclos à noite, da seguinte forma: Aroma “A” -> Aroma “B” -> Aroma “C” -> Aroma “D” -> Aroma “A” -> Aroma “B” -> Aroma “C” -> Aroma “D” -> Término. É importante que o paciente lembre do intervalo entre cada aroma. A seguir, listamos alguns óleos que podem ser utilizados no procedimento, sendo:
Aroma A | Aroma B | Aroma C | Aroma D |
Óleo Essencial de Gerânio | Óleo Essencial de Alecrim | Óleo Essencial de Laranja | Óleo Essencial de Cravo |
Óleo Essencial de Hortelã Pimenta | Óleo Essencial de Eucalipto Glóbulos | Óleo Essencial de Limão Siciliano | Óleo Essencial de Ylang Ylang |
Óleo Essencial de Tea Tree (Melaleuca) | Óleo Essencial de Tomilho | Óleo Essencial de Tangerina |
Você pode iniciar com aroma de Gerânio, Eucalipto, Limão e Cravo. Após 16 semanas substitui-a pelas outras opções (sempre contendo um de cada grupo).
IMPORTANTE: Durante o período do treinamento, é fundamental que o paciente “mentalize” o que está cheirando!”
ATENÇÃO: Se o(a) senhor(a) está apresentando uma alteração no olfato, que consiste em um prejuízo na identificação de cheiros, mantenha-se atento(a) e com o cuidado redobrado em algumas situações do cotidiano para evitar acidentes, como por exemplo:
Mantenha a cozinha arejada, com as janelas abertas, para tentar evitar maiores danos caso ocorra um incêndio acidental (e também quem possui aquecedores a gás no banheiro!);
Cuidado ao acender o fogão, mantenha-se distante. Pode estar ocorrendo um escape de gás e pode não ter sido percebido devido à perda do olfato e ocorrer uma explosão quando o ativador do fogão ou fósforo forem iniciados e se possível, instale detectores de fumaça/gás em sua residência.